Não pode haver “meio-acordo” em Copenhaga - Sócrates

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Posted by Renascença | Posted in , | Posted on 20:46


Não pode haver um “meio-acordo” em Copenhaga, que vincule apenas alguns países no combate às alterações climáticas e deixe outros de fora. A mensagem foi deixada pelo Primeiro-ministro português na Cimeira de Copenhaga.
No discurso perante os participantes no encontro, José Sócrates afirmou que não seria aceitável um acordo em que as responsabilidades não sejam partilhadas.

“Precisamos de metas vinculativas de reduções de emissões para todos os países desenvolvidos. Precisamos de acção por parte dos países em desenvolvimento mais avançado. Precisamos de financiamento apropriado para impulsionar o acordo. E todos precisamos de regras claras de verificação internacional para fomentar a confiança. O que não precisamos, caros colegas, é um acordo que seja vinculativo apenas para parte de nós. Esse acordo não iria resolver o problema do clima, nem seria justo ou aceitável” – afirmou Sócrates.

O Primeiro-ministro apelou assim a um entendimento na cimeira: “Definitivamente é tempo para um acordo sobre alterações climáticas. Todos sabemos que, por baixo de cada problema ambiental, está a questão de como distribuir os recursos do mundo. Mas as alterações climáticas não são apenas uma problema de nações ricas ou pobres. Neste jogo, não há vencedores ou perdedores ao mesmo tempo, mas apenas vencedores, ou apenas perdedores. Transformemos esta cimeira e esta conferência numa grande vitória” – acrescentou.




O Primeiro-ministro garantiu ainda o empenho de Portugal num futuro acordo para o combate às alterações climáticas e declarou que Portugal está preparado para aumentar a redução das suas emissões de 20 para 30% até 2020, caso a União Europeia aceite esta meta ambiental.


De acordo com Sócrates, análises independentes "demonstram bem o esforço que Portugal tem feito no domínio das energias renováveis, na redução de emissões, na eficiência energética e na utilização do fundo de carbono para a promoção de uma economia mais verde".

 "Muitos falaram no fundo de carbono, mas foi o anterior Governo que o fez sair do papel. O fundo de carbono era um compromisso nosso e tínhamos de o pôr em vigor, disponibilizando-o como um instrumento para a promoção de uma economia mais amiga do ambiente", declarou.

José Sócrates acrescentou depois estar "tranquilo" face ao cumprimento do protocolo de Quioto por Portugal, alegando que os dados disponíveis indiciam essa conclusão.

“Portugal está profundamente empenhado no combate ás alterações climáticas a favor da sustentabilidade. Acreditamos que é possível ver as nossas economias crescer de uma forma mais eficaz, inteligente e limpa. Acreditamos em tirar proveito dos benefícios da inovação nesta transição para um economia para um futuro com baixo carbono, e acreditamos que isso é possível num espírito de cooperação internacional aumentada e solidariedade para com aqueles que sãos mais vulneráveis”.

Mais logo os chefes de Estado e de Governo vão estar reunidos num jantar em Copenhaga e admite-se que as negociações sobre o clima se prolonguem durante a noite fora.
O encerramento da Cimeira está marcado para amanhã.





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